Adeus, até ao meu regresso (Galiza) - Parte III

Depois de Ferrol seguiu-se a Coruña e aí, sim, encontramos "O" farol, que parece depois de um passeio marítimo com um grande "calçadão" e uns candeeiros de rua em ferro, muito vistosos.
A Torre de Hércules é originalmente romana, ainda não se reformou e é Património da Humanidade.
A sua existência alimenta várias lendas e uma delas (para mim, a melhor) diz que o gigante Gerión reinava nestas terras e foi defrontado por Hércules, numa luta que durou 3 dias. Hércules venceu, enterrou a cabeça de Gerión e mandou construir sobre ela uma torre. Nas proximidades desta, fundou uma cidade chamada Crunia, em memória da primeira mulher que a habitou e por quem Hércules se apaixonou. Mas foi o sobrinho Hispán que concluiu a torre e lá colocou um "candil" com lume que nunca se apagava e um espelho que revelava a chegada de navios inimigos.
Atualmente, uma peça do mecanismo de iluminação original está exposta no museu, mesmo no piso térreo da Torre, juntamente com vários vestígios romanos e medievais. 
Depois da exposição, os visitantes sobem uns exigentes 234 degraus para chegar ao topo e ficam deslumbrados (ou tontos) com as vistas. De uma altura de 59mt, e sobre uma colina de 60mt, vê-se tudo. 
A envolvente da Torre de Hércules oferece uma rosa dos ventos gigante, um parque de esculturas em pedra e ferro e uns penhascos que nos tiram o fôlego.
La Coruña é uma cidade amorosa, com muita luz e espaço e é bonita junto ao pequeno porto e na praça principal. 
Tem recantos antigos que nos surpreendem na zona histórica e há uma certa tranquilidade nas suas ruas.
O tempo estava simpático e aproveitamos para passear até à hora do almoço, que aconteceu numa das várias esplanadas.
Foi então que chegou a nostalgia do regresso a casa.
A nossa última paragem, antes de voltarmos a casa, foi no local perfeito.
O local que representa o fim da terra, dos caminhos e da nossa pequena viagem.
E como todos os fins sinalizam novos inícios, não é por acaso que em Finisterra está o km zero.
Para nós foi a prova de que não é necessariamente mau quando algo acaba.
Às vezes é preciso que isso aconteça para que algo melhor surja.
E é por isso que esta viagem não podia ter tido outro desfecho.
Este foi mesmo cheio de significado.
Perfeito.

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