Sushi

Começou como uma moda mas acho que veio para ficar.

O sushi chegou de mansinho. 

Primeiro com uma certa exclusividade e lentamente, depois de ganhar fama, espalhou-se como uma epidemia (das boas).

Agora todos podem comer os famosos "rolinhos" japoneses e não faltam restaurantes onde o fazer (ou em casa ou no trabalho - como hoje).

Mas pela reação das pessoas que conheço e que já experimentaram, posso concluir que não se gosta (simplesmente) de sushi : ou se ama ou se odeia.

No meu caso foi amor à primeira dentada.

A mistura do arroz com o peixe, os vários recheios e condimentos fazem as delícias de uns quantos, como eu (que até salivam só com a ideia) e fazem torcer o nariz a outros, como o meu marido (que só suporta os hot roll).

Está longe de ser uma comida convencional e o seu exotismo fica-nos marcado no palato, principalmente quando combinado com o gengibre e o wasabi (um tempero sob a forma de pasta verde, muito picante)

Comer sushi tem que se lhe diga. 

Um verdadeiro amante conhece as suas variedades "de cor e salteado" e sabe (ou deveria saber) como o comer corretamente. 

Nomes como Hosomaki, Tekkamaki, Urumaki ou Niguirizushi são perfeitamente familiares para quem frequenta restaurantes da especialidade. 

Cada um identifica uma forma diferente de construir a peça de sushi mas as ementas ajudam os principiantes com uma descrição. Por isso não há problema.

O que fazer ou não fazer quando se come sushi já é outra história.

As regras (tão típicas de tudo o que é japonês) são rígidas, sobretudo para que não se ofenda o shushiman.

Por exemplo:

- depois de se separar os pauzinhos (o sushi não se come de faca e garfo) nunca se deve esfregar um no outro;

- o sushi pode ser comido da forma tradicional, com as mãos (previamente limpas), à exceção do sashimi (pedaços de peixe fresco fatiado) e do gengibre; estes só com os pauzinhos;

- nunca se "mergulha" o arroz no molho de soja, só o peixe; por isso o sushi deve ser parcialmente virado ao contrário (também é assim que deve entrar na nossa boca);

- a soja e o sushi são amigos de ocasião e por isso não devem abraçar-se, ou seja, nunca se deve embeber a peça no molho;

- nunca se mistura o wasabi no molho de soja; este condimento serve apenas para "pincelar" (um pouco) o peixe;

- nunca se parte a peça de sushi; come-se sempre inteira (o tamanho deverá ser proporcional à nossa boca para evitar o efeito "esquilo com as bochechas cheias");

- o gengibre é ingerido entre peças de sushi para limpar o palato; nunca como acompanhamento;

- o peixe come-se por uma determinada ordem de cores, que correspondem a sabores mais leves (para começar) e mais fortes (para o fim): branco, prateado, vermelho e laranja

Mas, apesar das regras, comer sushi é uma experiência como outra qualquer.

O que interessa é que se tire o melhor proveito e que, no final, fique uma sensação boa. 

Quem nunca comeu devia dar o benefício da dúvida. 

Quem sabe não se converte...

Fotografia de H.F. (companheiro sushiano)