Portugal está em chamas...

...e não é novidade.
Infelizmente, todos os anos é a mesma coisa.
Os incêndios propagam-se pelo país, devoram tudo o que lhes aparece pela frente e colocam em perigo pessoas e animais.
Este ano dizemos que é pior porque de facto assim é.
É um somar de desgraças às desgraças do ano anterior.
A cada ano que passa desaparece mais área florestal, são destruídas propriedades e bens e, pior do que tudo isso, registam-se mortes. 
Este ano a catástrofe parece maior porque de facto assim é.
Para já não interessa perceber as causas. 
O país está a arder e o mais importante é acabar com este massacre.
Mas depois, no rescaldo, alguém terá de fazer alguma coisa.
Alguma coisa a sério.
Porque chega de somar anos de inferno.
Não vamos discutir agora se é fogo posto, se é descuido ou falta de limpeza das matas.
Não vamos discutir o regresso em massa dos guardas florestais, a importância das patrulhas das forças militares, a prestação de serviços à comunidade pelos reclusos ou os imprescindíveis apoios do governo.
No rescaldo, tudo isto será analisado exaustivamente em debates, na imprensa e em programas de rádio e televisão.
Muitas opiniões serão emitidas e muitas criticas serão feitas.
Logo se verá (ou não) o resultado.
O que importa agora é falar das pessoas que "andam na boca do mundo": os Bombeiros.
 Homens e mulheres com uma coragem indescritível que juram "estar sempre prontos para servir o seu semelhante, mesmo com sacrifício da própria vida". 
  E muitos fazem-no por amor à camisola.
Verdadeiros heróis.
É tão fácil pensar neles quando o fumo tapa o sol, quando o cheiro a queimado se entranha em nós e quando há faúlhas por todo o lado.
O reconhecimento que os Bombeiros recebem é sazonal mas eles estão sempre ao serviço.
Agora a onda de solidariedade é movida pelas imagens das labaredas, da destruição, do desespero e do cansaço.
São elas que apelam à nossa consciência e ao dever cívico de ajudar quem, estando longe de casa e da família, tem a enorme coragem de combater na "frente da batalha".
São estes super heróis que enfrentam mil e um perigos.
Os que, como eu, não têm esta bravura devem, pelo menos, ajudar quem está lá, perto das chamas, a tentar fazer a diferença numa luta, muitas vezes inglória.
Água e bens alimentares não perecíveis, é o que as corporações de bombeiros precisam de imediato.
Não custa nada (não pomos a vida em risco) se contribuirmos e apoiarmos quem está sempre pronto a salvar sem pedir nada em troca.
Agora é urgente mas no resto do ano os Bombeiros existem.
Não podemos ser daqueles que "só se lembram de Santa Bárbara quando troveja".
Fotografia do JN

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