Pé d' Arroz

O meu marido é carnívoro.

Dito assim parece um insulto mas não é.

É a minha forma "carinhosa" de afirmar que ele come carne. Como eu (trocadilho jeitoso).

Por isso, quando me disse que tinha almoçado num restaurante vegetariano, tinha gostado e queria repetir , eu tentei medir-lhe a temperatura à procura de uma explicação razoável para o delírio.

Mas lá fomos nós ao Pé d'Arroz.

A casinha amorosa é tão discreta que, ao passar, quase não se dá por ela.

Temos de ir atentos à tabuleta cor de cobre, pendurada na vertical.

Quando entramos, a sensação zen, própria da filosofia "vegie", começa a invadir-nos.

Cores suaves, muita luz e simplicidade dão uma sensação de calma ao espaço.

A simpatia de quem recebe põe-nos logo um sorriso na cara.

Como a cozinha é aberta, a magia acontece "debaixo do nosso nariz". Não nos escondem nada.

O restaurante funciona com menus buffet (variáveis) que incluem entradas, sopa e pratos quentes.

As bebidas, sobremesas e café são à parte.

Depois de nos ambientarmos à liberdade de irmos e virmos para a mesa e de admirarmos a apresentação requintada dos taças, terrinas e travessas, atacamos as saladas (a de beterraba, cenoura, alface, clementina e coco foi a nossa favorita) e os canapés.

Ninguém resistiu ao pão. Apetecia "rouba-lo" para comer mais tarde com manteiga (na falta de humus - a pasta de grão, claro).

Para a limonada aqui vai um excelente e para a sopa (creme de cenoura 100% caseirinho) um "hummmmm" (com os olhos fechados).

Os pratos quentes...eram de comer e chorar por mais. Seitan, massa folhada, queijos, batatas, alho francês... ingredientes combinados para nos alegrar o prato.

É que o Chef João Costa não brinca em serviço e, surpresa, até vai a casa.

Como a melhor forma de terminar uma refeição perfeita é comer uma sobremesa inesquecível, não fugimos à regra.

Foi a rendição absoluta à tarde de maçã com gelado (parece corriqueiro? nops) e ao brigadeiro com natas (geralmente são uns doces pequeninos e enjoativos, não é? duplo nops).

Confesso que salivei pelas outras porque eram todas (mesmo todas) irresistíveis. 

Cafés no ponto, uma conta aceitável e clientes felizes.

Tão felizes que vão voltar amanhã.

Ah, pois é.

E se isto não prova alguma coisa então não sei.