Há pipocas no sofá (Take 6)

Porquê? Porquê? Porquê?
É a primeira coisa que me ocorre perguntar.
Havia mesmo necessidade?
É a segunda, que vem acompanhada da terceira: o que é que me passou pela cabeça?
Eu, uma fã incondicional da Jane Austen.
Eu explico: estava adoentada e queria entreter os neurónios para esquecer a faringite.
Também devia estar febril porque só isso justifica a falta de sensibilidade e bom senso na escolha do filme.
Mas escolhi, vi e achei um disparate. 
Se fosse uma sátira ainda podia ter sido divertido. 
Mas não era e não foi.
Já quando vi o livro achei surreal (sim, existe um livro).
Não sei se fiquei mais chocada por terem reescrito um notável romance ou  por terem adicionado zombies à equação (pensando bem, os mortos vivos ganham).
Ousadia maior foi a de levar esta coisa para o grande ecrã. 
É que não faz sentido nenhum.
Nenhum, nenhum,nenhum.
O filme é um disparate completo para quem conhece a versão original.
E talvez o segredo do seu sucesso (duvidoso) resida aí. 
A maior parte dos miúdos que vão vê-lo não fazem ideia quem foi Jane Austen, não sabem que Mr. Darcy e Mr. Bingley não lutam como samurais, nem que Miss Jane e Miss Elisabeth Benneth não guardam facas na liga.
E não sabem o que perdem. 
Com o tempo talvez tenham curiosidade mas até lá ficam com este "Orgulho, preconceito e zombies" que só vale pelos efeitos especiais, cenas em 3D e pela ação, própria para entreter adolescentes e mulheres com dores de garganta.


 

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