A lei é como o sol...
quando nasce é para todos.
Mas algumas pessoas, porque pensam que são mais espertas, insistem em viver à margem e fazer o que lhes apetece.
Só porque não estão para se chatear em seguir regras que, convenhamos, existem por algum motivo lógico.
É o caso das pessoas (a)normais que passeiam os cães, à solta, na via pública.
Como se estivessem no seu jardim privado.
Como se o rua fosse só deles.
Como se fossem os maiores.
Seguem todos contentes, entretidos com qualquer coisa, enquanto os seus melhores amigos vagueiam mais atrás ou mais à frente. À vontadinha.
Tão à vontadinha que, algumas vezes, lá saem do seu trilho para ir cheirar, ladrar ou provocar outro desgraçado que segue o seu caminho limitado por uma coisa chamada trela.
E às vezes as coisas não acabam muito bem porque, como é óbvio, o cão que está legalmente a passear não gosta de sentir a invasão do outro que se aproxima aos saltos, a desafiar, com curiosidade ou até para brincar.
Livre como um passarinho e com margem para fazer o que quiser.
Quando isto acontece geralmente o cão com a trela sente-se preso, fica desagradado e, por isso, pode ladrar ou arreganhar os dentes. Como aviso ou porque se sente ameaçado.
Claro que a solução não é solta-lo também.
Isso seria uma parvoíce de todo o tamanho porque, se as intenções de ambos não forem boas, a situação pode azedar. O instinto animal não desaparece só porque os cães vivem em casas, mais ou menos educados para conviver nesse ambiente.
Ora quem é minimamente inteligente percebe que isto só é evitável se os cães estiverem ambos como manda a lei: controlados com a trela.
Mas aqueles pseudo donos responsáveis de cães à solta não querem saber.
Quando uma situação de confronto acontece ou fazem de conta que não é nada com eles ou aproximam-se rapidamente a dizer qualquer coisa como "o meu cão não faz mal, o seu é que é agressivo" ou "o meu só quer brincar, o seu é que tem maus fígados".
Neste momento só há uma expressão possivel, que não vou traduzir : WTF?
Então o cão que vai na vidinha dele é que é o culpado?!
O cão que não pode, efetivamente, "fazer mal a uma mosca" é que é o vilão?!
O dono que vai realmente a passear o cão e não a passear com o cão (perceberam a diferença?) é que leva a culpa porque tem uma fera pronta a atacar?!
Novamente: WTF?
Mas, apesar da indignação, não vale a pena argumentar com este tipo de pessoas que, por verem tantos episódios do programa do Cesar Millan, já acham que são uma espécie de "dogs whisperer".
O ideal é virar as costas e rezar para que um dia o cão não decida ir cheirar ou ladrar para uma criança, em tom de provocação ou de brincadeira.
Rezar também para que o cão não decida atravessar a rua a correr, só porque viu outro, e seja atropelado podendo ficar ferido com gravidade ou morrer.
Um cão à solta também pode ser um perigo para ele próprio.
Trela sempre pronta cá em casa (só a parte de cima mas é identificável como tal) |
Para que não haja dúvidas, cá vai a tal lei (aquela que é para TODOS):
DL n.º 314/2003, de 17 de Dezembro
Artigo 7.º
Obrigatoriedade do uso de coleira ou peitoral e açaimo ou trela
Obrigatoriedade do uso de coleira ou peitoral e açaimo ou trela
1 - É obrigatório o
uso por todos os cães e gatos que circulem na via ou lugar públicos de
coleira ou peitoral, no qual deve estar colocada, por qualquer forma, o
nome e morada ou telefone do detentor.
2 - É proibida a presença na via ou lugar públicos de cães sem estarem acompanhados pelo detentor, e sem açaimo funcional, excepto quando conduzidos à trela, em provas e treinos ou, tratando-se de animais utilizados na caça, durante os actos venatórios. 3 - No caso de cães perigosos ou potencialmente perigosos, para além do açaime previsto no número anterior, os animais devem ainda circular com os meios de contenção que forem determinados por legislação especial. 4 - As câmaras municipais, no âmbito das suas competências, podem criar zonas ou locais próprios para a permanência e circulação de cães e gatos, estabelecendo as condições em que esta se pode fazer sem os meios de contenção previstos neste artigo. |
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