Verniz gel (presumivel culpado?)


No sábado passado “desvirginei” as unhas e aderi à moda do verniz gel.
Depois de tanto tempo a ponderar se sim ou não (na verdade bastou uma semana para me convencer) foi o “porque não” que me entusiasmou. Então escolhi uma cor giríssima (pelo menos para mim) e fui em frente, cheia de entusiasmo.
Achei a rapidez do processo fantástica e a inexistência daquele período irritante “não mexa em nada para não estragar” a cereja no topo do bolo! Com as unhas num tom toffee moca - designação muito cool inventada agora mesmo só para não dizer simplesmente “uma espécie de caramelo" – achei que tinha feito muito bem em experimentar.
Passei o fim de semana incrédula, a olhar de 5 em 5 minutos para as mãos, a constatar que realmente o verniz gel não sai “com duas cantigas”. Geralmente no dia seguinte à colocação do verniz normal já só vejo falhas em todas as unhas (falhas microscópicas para os outros, mas gigantes aos meus olhos). Portanto andei siderada com a confirmação de que as unhas se mantinham imaculadas apesar de toda a atividade aquática, e não só, das minhas mãos.
Dos pés já nem falo porque andam muito mais protegidos e sofrem menos agressões, por isso o verniz, mesmo o normal, dura mais. Mesmo assim dei um pontapé numa porta e fui a correr sentar-me, já pronta para gritar impropérios caso o verniz gel estivesse estalado. Só depois é que me queixei do dedo.
Bom, passado a histeria da primeira vez e já mais habituada à coisa, estava eu a mostrar o meu toffee moca, muito orgulhosa de mim, quando uma amiga me disse com a maior das naturalidades: “não dizem que isso faz mal por causa das luzes?” -  (What?!?) – “então, as luzes da maquineta para secar?” – (Whatttt?!?) – “ é como ir ao solário; são lâmpadas UV” – (OMG!!!).
E eu que tinha acabado de (d)escrever a minha alergia aos UV, fiquei a processar enquanto me “caía a ficha”. Estava tão preocupada em fugir das unhas de gel, porque achava que estas é que não eram saudáveis, que nem me preocupei com os potenciais riscos do verniz gel. Muito menos me passou pela cabeça que esses riscos estivessem relacionados com o raio das luzinhas UV.
Isto foi o suficiente para me lançar na pesquisa e ponderar a marcação de uma consulta de dermatologia para saber se as minhas perfeitas e queridas Toffee Moca estariam com os dias contados em prol da minha saúde. Na net e, como seria de esperar, encontrei vários artigos (nacionais e internacionais, mais ou menos completos e complexos) escritos sobretudo com a ajuda de especialistas na área.
No entanto, e sem descurar obviamente os artigos das associações de dermatologia (com uma abordagem e linguagem mais cientifica), o artigo que serviu de base para este post é o da Sapo. Escolhi-o porque é o que fala do assunto de forma mais direta e sucinta (apesar de não ter encontrado nenhum artigo no site da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, acredito que deva existir).
Segundo o referido artigo, e de acordo com a médica dermatologista consultada para o efeito, alguns dos riscos na aplicação do verniz gel a ter em consideração serão os seguintes:
- Envelhecimento da pele e aumento do risco de cancro de pele por causa das lâmpadas UV ou LED utilizadas no processo de secagem (esta relação envelhecimento/cancro e raios ultravioleta não é novidade e pelos vistos a intensidade da máquina é grande apesar da exposição, literalmente, demorar segundos).
- Unhas mais finas, fracas e quebradiças por causa dos químicos do gel ou pela sua aplicação ou remoção (acho que isto também poderá acontecer com a aplicação do verniz normal…depende da unha).
- Irritações, infeções bacterianas, virais ou fúngicas causadas pelas más condições de assepsia, incorreta aplicação do gel ou manipulação inadequada da pele em redor da unha (mais uma vez, acho que também se corre este risco com o verniz normal…).
Diz o mesmo artigo que, posto isto, será aconselhável ter as seguintes precauções (entre outras):
- Aplicar um protetor solar (com proteção UVA/UVB e SPF igual ou superior a 30 e resistente à água) nas mãos, 20 minutos antes de arranjar as unhas (simplesmente como fazemos nas idas à praia).
- Preferir salões que usam lâmpadas LED em vez de lâmpadas UV (porque a intensidade é menor) e assegurar que cumprem as medidas de higiene, desinfeção e esterilização dos materiais (o que deverá ser obrigatório em tudo o que façam).
Para além deste artigo também li artigos na Deco Proteste, na Health, na AAD e na BAD.
Informadinha da vida (pelo menos mais do que o que estava) decidi ser futuramente comedida na aplicação do verniz gel (por muito contente que esteja com a minha experiencia e até de olho em novas cores). O verniz normal vai voltar a ser uma opção, mesmo não durando tanto e com o risco de se estragar em dois tempos.
A minha consciência apela para ser equilibrada e, por exemplo, intercalar verniz normal com verniz gel e momentos de total descanso da unha. Mas depois de ter experimentado o verniz gel acho que não consigo fingir que ele não existe.
Na saúde versus beleza ganha a primeira, claro, mas o certo é que as tintas do cabelo também fazem menos bem (dizem) e nem por isso as deixo de usar…
Será caso para dizer “cada cabeça sua sentença”.
Já agora, no meio da pesquisa fui parar a uma técnica que se chama unhas de imersão. Para mim foi mais uma novidade e, se tiverem curiosidade, podem ler o artigo aqui (vale o que vale). 
Foto Universal Nail Supplies

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