"Ficar no ninho"...

...nesting, dolce far niente. 
É tudo sinónimo de ficar em casa, sem horários e a fazer nada.
Ou quase nada porque pode ser "permitido" fazer alguma coisinha.
Ver filmes e episódios seguidos de séries, ler um bom livro ou folhear uma revista, ouvir música e dormitar, tomar chá à lareira, jogar xadrez ou outro jogo qualquer, comer doces e salgados à descrição, por a conversa em dia, escrever, namorar....
Desde que se obedeça à palavra de ordem: relaxar (sozinhos ou na melhor das companhias). 
Porque se pensarmos que, no dia a dia:
- andamos a correr de um lado para o outro a tentar sobreviver a mil e uma formas de stress, enquanto somos verdadeiros polvos a abarcar todas as tarefas e mais algumas;
- o relógio é o nosso maior inimigo porque, simplesmente, não abranda nem pára quando é preciso;
- raramente temos tempo para fazer o que verdadeiramente gostamos e estamos atolados em obrigações que pouco prazer trazem a reboque;
- somos pressionados a mostrar ao mundo que estamos nos sítios certos, a fazer coisas interessantes e muito divertidas, rodeados de gente quando, às vezes, nem temos energia para dar um passo que seja e os sorrisos já saem forçados nas selfies.
Digam lá se não apetece ter um dia de puro sossego?!
Desengane-se quem acha que, por isso, está a desperdiçar tempo e vida ou é um dinossauro.
São estes momentos que nos renovam as energias e nos impedem de enlouquecer num século tão exigente como este.
Por ser tão benéfica para a saúde, física e mental, ficar "de papo para o ar" devia ser declarada como a nova tendência, até mesmo pela chamada geração do milénio - aquela que alguns de nós tentam, tão desesperadamente, desenquadradamente e inexplicavelmente, acompanhar.

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