Carnaval de Veneza



Tinha uns 6 ou 7 anos quando pedi, pela primeira vez, aos meus pais para ir fantasiada a uma festa de Carnaval.
Primeiro estava super entusismada.
Depois odiei.
Nem me lembro de que era a fantasia. Só sei que não queria sair de casa.
Corri para o carro, enfiei-me lá dentro e fui deitada no banco. 
Quando cheguei a casa da minha amiguinha saí novamente a correr do carro e só parei no quarto dela. Foi uma aventura para me convencerem a ir para a sala onde estavam os outros meninos.
Os olhos ardiam-me com a maquilhagem e eu só queria a minha mãe.
Durante muitos anos fiquei alérgica ao Carnaval.
Via os desfiles na televisão. Brincava com serpentinas e confetis em casa. 
Fantasias? Nem vê-las !
A segunda tentativa aconteceu muitos (mas mesmo muitos) anos mais tarde.
Fui a uma festa privada e mascarei-me de qualquer coisa entre Diabo e Vampiro (um Viabo ou um Dampiro)
Diverti-me a sambar e a coisa passou.
Repeti a brincadeira no ano seguinte.
Fui uma enfermeira loira (do tipo Fräulein). Não era nenhum fetiche. Era o que havia na loja.
Foi engraçado. Sambei muito (eu gosto) e a coisa voltou a passar.
Desde essa ocasião (e já lá vão uns anos) não fiz mais do que colocar uma peruca "afro" e uns óculos de sol para uma fotografia no "face".
Contínuo a não achar piada ao Carnaval mas adoro ver os outros fantasiados.
Apesar de tudo, tenho a impressão que um dia voltarei a Veneza para um Carnaval diferente.
Sem samba, é certo, mas com "glamour".
Mais formal e mais elegante. Mais frio mas igualmente colorido.
Num ambiente mágico de fábula, com palácios e gôndolas.
Mais misterioso. Mais sedutor.
Acho que nesse Carnaval volto a fantasiar-me.



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